Imbaú... Mais uma cidade que fica pra trás

Dando sequência a campanha eleitoral, estive hoje com Imbaú, acompanhado do camarada Leandro, também candidato a deputado estadual e de outros companheiros do PSOL.Antes de chegar na cidade, avaliamos no carro que já era hora de termos um mapa rodoviário, daqueles tradicionais, visto que o Google Maps ajuda, mas nem sempre. No primeiro posto que paramos, conseguimos o mapa, o que deu mais segurança pra viagem.

Chegando em Imbaú, encontramos o camarada Felipe, militante do PSOL no município. Felipe fazia parte do PSOL em Ponta Grossa e após passar num concurso de carteiro, foi morar na cidade de Imbaú. A cidade é pequena e nova, foi emancipada de Telêmaco Borba no final dos anos 1990. Chamam atenção também alguns índices locais, como a taxa de fecundidade, de analfabetismo e mortalidade infantil.

Almoçamos e fomos visitar um assentamento do MST da região. Lá encontramos com uma liderança histórica do movimento e apresentamos as candidaturas do PSOL. Fomos bem recebidos, debatemos os pontos de programa, idéias, construção do partido. As lideranças estão indignadas com a aliança com Osmar Dias e o chapão com PDT e PMDB na proporcional, que fará com que votos em deputados honestos e lutadores do PT sejam destinados para políticos conservadores e representantes de oligarquias, como Alexandre Curi e Moacir Micheleto.

Após a visita, fomos caminhar pela cidade. Dialogamos com as pessoas e combinamos um retorno a cidade, ainda antes da eleição. Na próxima oportunidade, teremos um espaço na rádio local, combinado hoje. Na cidade, verificamos que não há rede de tratamento de esgoto. Aí deu pra entender alguns índices citados anteriormente como o índice de mortalidade infantil..

Na volta pra Curitiba, passamos ainda pelo assentamento Emiliano Zapata do MST, onde acontecia uma festa julina. Deixamos material com o núcleo Oziel Gomes do PSOL e aproveitamos para combinar novas viagens e articulações. Mas já era tarde e precisamos voltar pra Curitiba. Amanhã é domingo e a campanha seguirá firme.

Em campanha, agora como candidato!

foto: Marcos Teixeira

Participei de diversas campanhas eleitorais. Em 2002, 2006, 2008 e agora 2010. Mas, desta vez, sou candidato e tive que sair dos bastidores. E tem sido empolgante: é muito bom ver colegas, amigos, familiares, trabalhadores em geral e conhecidos declarando apoio, dizendo que vão votar, que querem material, que desejam entrar no PSOL. Na programação de pré-campanha e campanha, os meses de janeiro a julho estavam destinados aos primeiros contatos, aos debates programáticos, a atividades de arrecadação financeira.

E os objetivos tem sido cumpridos. Desde o inicio do ano, participei do Seminário de Programa de Governo sobre questão agrária e ambiental em Ponta Grossa, da Conferência Estadual e Nacional Eleitoral do PSOL, da Convenção Estadual e Nacional do PSOL, do seminário “Saúde e Socialismo”, do III Encontro de Juventude do PSOL-PR, de um seminário em Porto Alegre sobre programa de governo na área de saúde, do Seminário de Movimento Popular do PSOL, do Encontro Inter-núcleos de Mulheres e do seminário “Interpretações do Paraná, Interpretações do Brasil”.
Ainda em junho, lançamos a candidatura num jantar que serviu também como atividade de arrecadação financeira. Foi emocionante ver velhos amigos, familiares e companheiros do movimento social lá nos apoiando.
Em julho, intensificamos as conversas, com muita gente boa. Alguns apoios muito nos honram, são de gente que tem anos de história na militância socialista: Claudios, Paulos, Lígias, Beth, Lucio, João, entre tantos outros. Estive também numa viagem quase heróica, por Dois Vizinhos, Laranjeiras do Sul e Palmital.
Agora começa o mês de agosto e o friozinho na barriga aumenta. Já temos site, santinhos, sede. Daqui a pouco, são os adesivos, corpo a corpo na rua.
A partir de 17 de agosto, serão os programas de TV. São poucos segundos, mas vamos dar o recado. Vamos começar a escutar muito sim mas também muito não.
Mas a força da campanha é grande. São apoios e a certeza de representar um projeto coletivo. A certeza também de que estamos no caminho certo, que nossas idéias são do bom senso, que vale a pena lutar. São essas forças que nos fazem levar esta candidatura pra frente!

Viagens...

No dia 24/07, comecei um giro por algumas cidades do interior do Paraná. Estive em Dois Vizinhos, cidade pequena que tem um campus da UTFPR. Neste campus trabalha a Juliana, assistente social formada na UFSC, que tive a oportunidade de conhecer quando ela foi delegada no Congresso da FASUBRA ano passado. Em Dois Vizinhos também existe o PSOL, formada por uma moça muito simpática e simples, a Eva.

Minha visita em DV consistiu basicamente numa boa conversa com a Juliana, visto que a UTFPR está de recesso. Cheguei aqui as 6h30 (o ônibus vem direto de Curitiba, custa R$85 e demora 8h) e a Juliana gentilmente me pegou na rodoviária. Durmi até as 11h e aí fizemos uma boa conversa, sobre a campanha, materiais, etc. Ela vai fazer uma declaração de apoio pro site e vamos voltar aqui pra fazer campanha na UTFPR, visitando os locais de trabalho. .

Ela relatou uma mobilização forte entre os estudantes, apoiada pelos servidores, pedindo asfalto na ligação da cidade com o campus (cerca de 4km). Aconteceu um ato, com fechamento da entrada do campus, que fez esta reivindicação e eles foram recebidos pelo prefeito. Ela relatou que a idéia de mobilização cresceu em 2010 pelo fato de agora terem muitos estudantes de fora em Dois Vizinhos, por conta do SiSu (seleção via ENEM).

As 15h20, já estava na hora do meu ônibus para Laranjeiras do Sul, o que inviabilizou uma visita para a camarada Eva. Uma dificuldade dessas viagens pelo interior são as viagens de ônibus entre uma cidade e outra: os horários são esparsos, os ônibus não tem nem lugar marcado nem banheiro e param em todas as cidades e localidades possíveis. De Dois Vizinhos a Laranjeiras, o ônibus demorou 4h e parou em muitas e muitas cidades.

Penso que o PSOL deve levantar a pauta de termos linhas publicas nessas regiões do interior. Por termos apenas empresas privadas operando estes serviços, elas fazem muitas paradas, para que as linhas sejam lucrativas. Por isso a importância da atuação de uma linha estatal, que se importe com o bom transporte e não com o lucro.

Em Laranjeiras, dormi na casa do Cristiano, companheiro do PSOL que trabalha como agrônomo no MST. Ele não estava, mas me cedeu a casa. Na sexta, as 7h30 embarquei para Palmital. Na casa do Cristiano, quem me recebeu foi o Leo, da Consulta Popular, ex-FEAB, que também trabalha no MST. Ele me explicou um pouco da dinâmica da região, com muitos assentamentos e uma universidade criada a pedido do movimento, a UFFS campus Laranjeiras do Sul, que tem 5 cursos voltados para questões da terra e até um diretor ligado ao MST.

Cheguei em Palmital as 9h30, depois de mais 2h num hediondo ônibus. Conversei com o Altair, um contato recente do PSOL. Combinamos várias coisas, como a gente voltar pra cá em breve, ainda em agosto, para passar dois dias por aqui. Aí fomos atrás de algumas pessoas que ele quer filiar no PSOL; fomos na casa da profª. Wilma, que dá aulas de História na rede estadual e é uma pessoa muito bacana. Eles haviam militado junto na Pastoral da Juventude. Ela aceitou se filiar no PSOL; na casa dela tinha internet, então mostrei a eles os vídeos do Plínio e também os vídeos da campanha a prefeito, foi muito legal.

Em Palmital as perspectivas são muito boas. Aqui vamos ter um partido com "quadros de referencia de massa". Esta cidade mostra que é possível construir um partido de verdade também nas cidades do interior do estado, mesmo nas menores.

De Palmital, peguei um ônibus pra Pitanga. De Pitanga, um ônibus pra Campo Mourão. E, de Campo Mourão, um ônibus pra Maringá, onde dormi na casa da camarada Renata. No sábado, 24/07, fomos juntos a Londrina, para o lançamento de nosso senador, o Valmor. O lançamento foi uma ótima atividade. Ainda no dia 24, estivemos em Bela Vista do Paraíso, em mais uma atividade de campanha.