Roteiro do carnaval 2011!
Curitiba: Cidade-Mercadoria x Cidade Sem Catracas?
Em 2008, o PSOL apresentou, através de sua candidatura a prefeitura de Curitiba em conjunto com a Frente de Esquerda (PSOL, PSTU e PCB), uma análise sobre a nossa cidade, em que tentou desmitificar a idéia de que Curitiba é uma cidade modelo. Durante a campanha, defendemos que o planejamento urbano foi pensado para criar sim uma cidade modelo, mas uma cidade modelo em exclusão social, visto que este planejamento serviu para criar um “núcleo perfeito” na cidade, rodeado por zonas de extrema pobreza na periferia e na região metropolitana.
Segundo relatório da ONU publicado nos jornais em 20 de março de 2010, Curitiba é a 17ª cidade mais desigual do mundo, apesar de ser a 4ª cidade em PIB - Produto Interno Bruto.
Infelizmente, saiu vitorioso na eleição o projeto da candidatura Beto Richa, que visava reforçar o modelo de cidade existente até então em Curitiba. Mostrando de que lado estava, um dos primeiros atos da prefeitura de Beto Richa foi aumentar a passagem de ônibus, de R$1,90 para R$2,20, em janeiro de 2009. Ainda no fim de 2008, havia sido inaugurada a Linha Verde, projeto que dá isenção de impostos a empresas que se instalarem na beira da antiga BR-116 e que criou uma grande barreira entre dois lados da cidade. Alguns dias antes, acontecia o despejo em uma ocupação na Fazendinha com mais de 1000 policiais, gerando conflito e diversos feridos.
E, neste ano, a implantação do modelo de Cidade-Mercadoria continua com força, através de vários mecanismos, como a proposta de Fundação Estatal de Direito Privado para a área da saúde, a aprovação da lei que autoriza ruas sem-saída a se tornarem ruas fechadas, com cancelas, a aprovação da negociação do potencial construtivo da Arena da Baixada e a implantação do Corredor Cultural.
Todas estas medidas são no sentido de precarizar as condições de trabalho dos servidores do município, de privatizar áreas da cidade, de desviar dinheiro público para empreendimentos privados e de reforçar o modelo de urbanismo da cidade, que impõe aos pobres moradias cada vez mais longes. Cada vez mais Curitiba se torna um modelo, mas em exclusão social, e uma cidade mais mercantilizada e elitizada.
Tais projetos também tem sido aprovados com facilidade na Câmara Municipal visto que, além da numerosa bancada de apoio ao prefeito, em alguns momentos vereadores da oposição (PT/PMDB) votaram junto com a Prefeitura.
Mas este projeto não é implementado sem resistências. Do outro lado da Cidade-Mercadoria estão os trabalhadores e o povo pobre. Todos estes projetos nefastos foram aprovados passando por cima da opinião de amplos segmentos sociais. Diferente do que aconteceu durante períodos anteriores, onde a prefeitura não era nem sequer incomodada, desde o fim de 2008 a Prefeitura de Curitiba vem enfrentando protestos consecutivos.
Foram diversos protestos de rua, como a manifestação na inauguração da Linha Verde, o ato contra o aumento da passagem de ônibus, manifestações de servidores municipais, em especial da guarda municipal, assembléias populares na região da CIC contra contratos fraudulentos da Cohab, entre outros.
É para esta batalha, contra a Cidade-Mercadoria e por uma cidade livre, sem catracas, que o PSOL atuará no ano de 2011, chamando os movimentos sociais e partidos de esquerda para juntos consigamos derrotar o hoje fortalecido projeto das elites curitibanas.
Diretório Municipal - PSOL/Curitiba
Nota ao PSOL
CONSTRUIR O PSOL
Circulou pela imprensa e pela internet um curto documento assinado por Heloísa Helena intitulado 'Comunicado de Afastamento da Presidência Nacional do PSOL'. Diante da notícia e do conteúdo da nota, esclarecemos, em respeito à nossa generosa e aguerrida militância e ao conjunto de dignos filiados do PSOL, que:1. Na prática, Heloísa já havia se afastado da Executiva e do DN há meses, conforme ela mesma reconhece. Nem por isso deixamos de funcionar e ou caímos em crise de direção. Por isso, nossa disposição é a de continuar cumprindo nossa tarefa dirigente de maneira colegiada, deixando a cadeira de Presidente vazia até o próximo congresso partidário.2. Lamentamos a decisão de Heloísa Helena, vez que ela foi levada ao cargo de Presidente nacional do partido por decisão unânime dos delegados presentes em nosso II Congresso Nacional. A eleição da direção do partido foi feita por chapas que compuseram proporcional e qualificadamente as 17 vagas da Direção Executiva Nacional. Heloísa estava na chapa que obteve a minoria dos votos. No entanto, a chapa com maioria cedeu o direito para que a composição ali minoritária indicasse a presidência do partido, desde que o nome fosse o de Heloísa Helena. Este gesto mostrou inequivocamente que o nome de Heloísa era importante para TODOS os setores partidários.3. Heloísa faz alusão ao fato de ter sido eleita, “em um momento da vida partidária extremamente tumultuado, que mais parecia a velha e cruel opção metodológica das lutas internas pelo aparato diante dos escombros de miserabilidade e indigência da nossa Classe Trabalhadora", destacando que "o aprofundamento da desprezível carnificina política foi ora transparente ora dissimulado, mas absolutamente claro!”. Reconhecemos que o momento foi efetivamente tumultuado, embora a caracterização dele e os adjetivos que ela aplica sejam, em nosso juízo, equivocados. Se o momento era tumultuado, a tarefa da direção que assume dali em diante - e em particular a missão de quem foi eleita por unanimidade para presidir o partido - era o de dinamizar uma política que 'destumultuasse'.4. No entanto, parece-nos que, até certo ponto, derivou-se para caminho inverso. O seqüestro do site nacional do PSOL, as declarações de Heloísa com relação à candidatura Marina Silva, sua recusa em apoiar a candidatura de Plínio, a sua não participação na Convenção Nacional do PSOL, a reunião paralela à conferência eleitoral no Rio de Janeiro, a decisão de não ser candidata a Presidente da República e concorrer a uma vaga ao Senado em Alagoas, a tentativa de inviabilizar a autoconvocação do Diretório Nacional do partido no dia 1º de abril de 2010 - apenas para citar alguns fatos - são demonstrações de que em determinado período tudo continuava conturbado e atitudes da presidência aprofundavam essa situação.5. Heloísa afirma ainda em sua nota que “por total falta de identidade com as posições assumidas nos últimos meses pela maioria das Instâncias Nacionais (culminando com o apoio a Candidatura de Dilma!) tenho clareza que melhor será para a organização e estruturação do Partido o meu afastamento”. Esclarecemos, reiterando o que é de conhecimento público, que a Executiva Nacional não aprovou 'apoio à candidatura de Dilma'. Nossa posição foi amplamente discutida e fartamente divulgada nos meios de comunicação do PSOL. A decisão aprovada foi NENHUM VOTO A SERRA, reconhecendo-se como legítimo, a partir dessa postura unitária, posições existentes na nossa militância frente ao 2º turno do qual ficamos alijados: tanto o voto branco/nulo como o voto em Dilma. Respeito à diversidade interna, partindo de um patamar político comum. Feito o devido reparo, afirmamos que as deliberações das instâncias nacionais do partido sempre foram guiadas pelo debate democrático. O fato de haver discordâncias de uma ou outra personalidade política do partido com o conteúdo das resoluções é normal, mas, quando tomadas, as decisões, por óbvio, devem ser acatadas.
Heloísa Helena se afasta da presidência do PSOL
1. Agradeço a solidariedade de muitos diante da minha derrota ao Senado (escrevo na primeira pessoa pois sei, como em outras guerras ao longo da história já foi dito "A vitória tem muitos pais e mães, a derrota é orfã!). Registro que enfrentei o mais sórdido conluio entre os que vivem nos esgotos do Palácio do Planalto - ostentando vulgarmente riquezas roubadas e poder - e a podridão criminosa da política alagoana. Sobre esse doloroso processo só me resta ostentar orgulhosamente as cicatrizes, os belos sinais sagrados dos que estiveram no campo de batalha sem conluio, sem covardia, sem rendição!
2. Comunico à Direção Nacional e Militância do PSOL a minha decisão de formalizar o que de fato já é uma realidade há meses, diante das alterações estatutárias promovidas pela maioria do DN me af astando das atribuições da Presidência. Como é de conhecimento de todas(os) fui eleita no II Congresso Nacional por uma Chapa Minoritária, composta majoritariamente pelo MES e MTL, em um momento da vida partidária extremamente tumultuado que mais parecia a velha e cruel opção metodológica das lutas internas pelo aparato diante dos escombros de miserabilidade e indigência da nossa Classe Trabalhadora. Daí em diante o aprofundamento da desprezível carnificina política foi ora transparente ora dissimulado mas absolutamente claro!
Assim sendo, em respeito à nossa Militância e aos muitos Dirigentes que tanto admiro e por total falta de identidade com as posições assumidas nos últimos meses pela maioria das Instâncias Nacionais ( culminando com o apoio a Candidatura de Dilma!) tenho clareza que melhor será para a organização e estruturação do Partido o meu afastamento e a minha permanência como Militante Fundadora do PSOL, sempre à disposi ão das nobres tarefas de organização das lutas do nosso querido povo brasileiro! Avante Camaradas!
Maceió, 19 de Outubro de 2010
Heloísa Helena
Ultimos dias...
Estamos nos últimos dias de campanha. Tenho tido alguma dificuldade para postar mensagens aqui mas vamos lá.
No sábado, fizemos uma passeata do PSOL pelo calçadão da Rua XV em Curitiba. Nossa moçada tava bem animada, os candidatos estavam presentes e marcamos presença com nossos jingles e gritos de guerra. Ao final, ainda encontramos a militância do PSTU e entoamos juntos palavras de ordem de oposição a Beto, Osmar e Requião. Na parte da tarde, fui entregar materiais de campanha junto com meu pai e de noite tivemos um recital de poesia na casa do camarada Paulo Bearzoti.
No domingo, fui até casa da Dona Inês, em Pinhais, junto com a camarada Gika. Nos perdemos um pouco e demoramos a chegar, fomos pela BR-116 e quase fomos parar em São Paulo. Mas no fim deu tudo certo, encontramos a casa, almoçamos, apresentamos a campanha e vamos voltar lá nesta quarta.
No fim da tarde, fizemos reunião e preparamos o comitê de campanha para assistirmos o debate do Plínio na TV Record.
Na segunda, fui ao Centro Politécnico entregar material aos estudantes e depois passei conversar com servidores e colegas de trabalho. Ouvi vários elogios à participação do Plínio no debate da Record. Na parte da tarde, entreguei materiais de campanha em alguns locais, como no IBGE, e panfletei na Praça Santos Andrade.
Parece que todos estão mais interessados na campanha por ser a última semana. Está sendo muito bom panfletar.
De noite, participei de reunião preparatória ao debate da Globo entre os candidatos a governador.
Chuva e mais chuva...
Cheguei de Maringá na sexta as 6h da manhã. Fui direto pra casa do Paulo, pra já sair fazendo campanha. Aproveitei pra enviar o boletim de campanha pro e-mail da rapaziada e também para programar o envio de cartas com materiais de campanha pro interior.
Ainda pela manhã, fui com o camarada Wagner no Sítio Cercado fazer campanha. Visitamos algum comércio e marcamos um comício doméstico para quarta-feira. A sorte estava do nosso lado: quando estávamos parados na padaria, entrou um moço com uma camiseta vermelha com uma foice-e-martelo gigante. Conversamos com o menino, que demonstrou ser simpático ao socialismo e ao PSOL.
De tarde tive que dormir. A noite eu iria no debate promovido pela APUFPR-SSind acerca das eleições. Mas não deu certo. A chuva me impediu.
Depois de alguns dias...
Depois de alguns dias de ausência, por conta dos trampos da militância e da campanha, cá estou eu postando um relato de novo. Estou neste momento no debate que acontece em Maringá, na sede da APP-Sindicato, sobre cidades excludentes, com a presença do camarada Bruno Meirinho, falando sobre Curitiba e da professora Ana Lucia, do Observatório das Metrópoles, sobre a cidade de Maringá.
Na segunda, fizemos arrumações financeiras da campanha e conseguimos finalmente terminar as colinhas, que será o nosso material nesta reta final de campanha. Ficou bonito, mesmo tendo sido feita com bastante pressa. A noite, reunião de campanha e definições para a reta final.
Na terça, passei na UTFPR para entregar materiais a alguns companheiros de lá que vão nos apoiar. Aproveitei também e dei uma passada pelo Sinditest conversar com os companheiros. A noite, mais uma reunião de campanha e também para organizar o ato que faríamos na quarta-feira.
Na quarta, participei do ato promovido pelos moradores do Jd. Itaqui e pelo coletivo Resistência Urbana, uma articulação nacional de movimentos por moradia que luta contra os despejos. Em São Paulo, foram fechadas 7 rodovias pelo MTST e no Paraná marcamos presença com atos em Londrina e na região de Curitiba. O ato da galera do Jd. Itaqui foi muito bom, recebemos apoio de diversos motoristas que compreendiam a situação.
A tarde, fomos na rua, na praça Rui Barbosa. Adotamos uma nova tática: segurar os materiais na mão e mostrar aos motoristas. E para nossa grata surpresa alguns carros aceitaram colocar adesivo do Plínio e alguns pedestres vieram conversar conosco. A noite, participei do I Seminário Teologia e Política. Depois, ainda arranjei tempo para ir na festa de aniversário da camarada Clara.
Nesta quinta, vim a Maringá. Fiz atividade de panfletagem na UEM e no terminal urbano, podendo conversar com diversas pessoas que demonstraram apoio. Estiveram comigo os camaradas Romancini e Renata. A noite, participei do debate sobre cidades excludentes, como disse no começo do relato.
Amanhã estaremos em Curitiba de novo. Cedo, cedo, cedo...
Sobre o Autor do Blog
- Bernardo Pilotto
- Bernardo Pilotto é sociólogo, servidor público federal e trabalhador do HC-UFPR.
Sempre militou em defesa de causas populares e de interesse social. Fez parte do movimento estudantil da UFPR, tendo sido membro do DCE-UFPR por 2 vezes e da diretoria da UPE, por um movimento de oposição.
A partir de 2006, como servidor da UFPR, incluiu a saúde como sua área de militância, estando a frente do FOPS - Fórum Popular de Saúde.
É membro do Conselho Universitário da UFPR como representante dos servidores técnico-administrativos e diretor-licenciado do Sinditest/PR. É um dos fundadores do PSOL e já fez parte do Diretório Estadual e da Coordenação Nacional de Juventude do partido. Atualmente, é membro do Diretório Municipal de Curitiba.
Idéias coerentes e sem restrições
Muitas vezes, estará defasado, pelo volume da campanha. Mas teremos esforço para ele estar atualizado e bonitinho todos os dias. Vai ser um grande desafio!
Fale com o Bernardo Pilotto:
bernardo@bernardopilotto50500.com.br